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Como as tecnologias da informação nos afetam? Como atravessam nossos corpos, territórios e modos de viver?

Essa é a primeira vez que o Nupef participa da Conferência das Partes do Clima (COP). Em 2025, recebemos o status (até à COP30, provisória) de organização observadora da UNFCCC — um passo importante e uma grande responsabilidade. A agenda climática é densa, técnica e política. E, mais do que isso, ela é profundamente humana: fala de pessoas, comunidades, Estados e de todo o planeta.

Acompanhamos as contradições e tensões em torno da realização de uma COP do Clima no Brasil. Grandes eventos trazem enormes impactos e desafios. Mas apostamos também que a COP30 será especial, muito potente, no coração da floresta ambientalmente mais importante do mundo, habitada por seres humanos que preservam alguns dos maiores patrimônios naturais do planeta. Essa conferência será especialmente marcada pela presença de movimentos sociais, comunidades e organizações da sociedade civil brasileiras e latinoamericanas. 

Ao longo da nossa trajetória, promovemos o uso livre, seguro e autônomo das tecnologias da informação e da comunicação. Sabemos que elas são ferramentas essenciais para o exercício de direitos — e, ao mesmo tempo, instrumentos de vigilância, exclusão e exploração. Vemos tecnologias digitais chegando aos territórios sem diálogo, sem consentimento, moldando economias locais, afetando corpos e decisões, e muitas vezes ampliando desigualdades.

Como as tecnologias da informação estão transformando o clima?

Como contribuem com o trabalho defensores socioambientais?

Como impactam negativamente o clima e nossas populações?

Acreditamos que a justiça socioambiental também depende da justiça e da equidade tecnológica. Que o direito de se conectar deve caminhar junto com o direito de se desconectar, com respeito aos tempos e espaços de cada comunidade.

Defendemos uma transformação digital que fortaleça a autonomia, a resiliência e a soberania das populações — e não que as façam servir a interesses privados, especialmente das Big Techs. Nossos corpos e territórios estão atravessados pelas tecnologias digitais, com e sem consentimento. Queremos nos reerguer. Queremos que nossos dados e informações fiquem próximos das comunidades, e não apenas em “nuvens” privadas e sem propósito comunitário ou público.

Trabalhamos por uma infraestrutura que sirva à vida — que apoie comunidades, preserve os bens naturais, e amplie o acesso à comunicação significativa em contextos vulneráveis.

Concretamente, defendemos:

  • Que políticas de ampliação da infraestrutura digital considerem a preservação ambiental e o protagonismo das comunidades que protegem seus territórios.

  • Que defensores e defensoras ambientais e de direitos humanos sejam protegidos/as, para que possam continuar denunciando violências e crimes ambientais.

  • Que os mecanismos de transparência, controle e participação efetiva — como os previstos no Acordo de Escazú — sejam plenamente implementados e fortalecidos. 

  • Que os espaços digitais e físicos sejam igualmente seguros: para nossos dados, nossos corpos, nossas florestas, nossa água e nossa existência.

Queremos construir pontes entre tecnologia e vida, entre saberes técnicos e saberes tradicionais, entre inovação e respeito.Seguimos juntos e juntas — aprendendo, compartilhando, resistindo e criando novas formas de cuidar do mundo. São nossos compromissos nessa COP.

Confira nossa agenda:

Agenda COP30 NUPEF

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