John Perry Barlow 1947-2018
por Cindy Cohn, EFF
Com o coração partido, tenho que anunciar que o fundador da EFF, visionário e nossa inspiração constante, John Perry Barlow, deixou-nos calmamente em seu sono esta manhã. Sentiremos falta de Barlow e sua sabedoria nas próximas décadas, e ele sempre será parte integrante da EFF.
Não é exagero dizer que as principais partes da Internet que todos conhecemos e amamos hoje existem e prosperam por causa da visão e liderança de Barlow. Ele sempre viu a Internet como um lugar fundamental de liberdade, onde as vozes silenciadas podem encontrar uma audiência e as pessoas podem conectar-se com outras, independentemente da distância física.
Barlow era às vezes considerado como um homem falacioso em uma espécie de tecno-utopismo ingênuo que acreditava que a Internet poderia resolver todos os problemas da humanidade sem causar outros. Como alguém que passou os últimos 27 anos trabalhando com ele na EFF, posso dizer que nada poderia estar mais longe da verdade. Barlow sabia que a nova tecnologia poderia criar e empoderar o mal tanto quanto poderia criar e empoderar o bem. Ele tomou uma decisão consciente de se concentrar na segunda opção: "Eu sabia que também é verdade que uma boa maneira de inventar o futuro é prever isso. Então eu previ Utopia, na esperança de dar uma chance à Liberdade antes que as leis de Moore e Metcalfe impusessem o que Ed Snowden agora chama corretamente de 'totalitarismo turn-key'".
O legado duradouro de Barlow é que ele dedicou sua vida a tornar a Internet "um mundo em que todos possam entrar sem privilégios ou preconceitos de raça, poder econômico, força militar ou local de nascimento... um mundo em que qualquer um, em qualquer lugar, possa expressar suas crenças, por mais singulares que sejam, sem medo de ser forçado a manter-se em silêncio ou conformar-se".
Nos dias e semanas por vir, estaremos falando e escrevendo mais sobre o papel extraordinário que Barlow desempenhou pela Internet e pelo mundo. E, como sempre, continuaremos o trabalho para realizar seu sonho.
-- Cindy Cohn, diretora executiva, Electronic Frontier Foundation (EFF), 7 de fevereiro de 2018