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Representantes da ISOC Foundation visitam projetos implementados pelo Nupef em territórios indígenas e quilombolas  

(Crédito: Ingrid Barros)

 

Entre os dias 19 e 26 de agosto, o Nupef teve o prazer de receber as oficiais de programa da Internet Society Foundation, Aleah Loney e Gulnaz Kordanova, para uma visita a dois projetos realizados com apoio da Fundação. A atividade contou com reuniões de trabalho, visita ao Datacenter e ida ao quilombo de Santa Joana, no Maranhão, que conta com uma rede comunitária e é uma das sete comunidades participantes do projeto Territórios Resilientes e Conectados. Este projeto tem como objetivo contribuir para a resiliência da Internet em comunidades que lidam com ameaças climáticas e socioambientais. A outra iniciativa realizada com apoio da ISOC Foundation é a implantação de um projeto piloto com uso da tecnologia TV White Spaces (TVWS) na floresta amazônica, por meio do programa Building Opportunities/Leveraging Technologies Grant Program. O fortalecimento da resiliência nos territórios é o que une os dois projetos apoiados pela Internet Society Foundation.

(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)

Para a diretora de desenvolvimento institucional do Nupef, Oona Castro, a visita permitiu às representantes da ISOC Foundation conhecerem de perto os/as jovens e as lideranças que estão buscando proteger seus territórios e transformar suas realidades com o apoio da Internet e do desenvolvimento de infraestrutura comunitária. “É uma experiência muito mais reveladora do que qualquer relatório que apresentemos”, ressaltou Oona. O coordenador de tecnologia do Nupef, Rodrigo Troian, também destacou a importância da visita: “Foi uma oportunidade muito boa de estreitarmos as relações com as oficiais de programa da ISOC Foundation e de mostrar com detalhes nossos processos de trabalho, nossa equipe e nossos métodos. Elas também tiveram a possibilidade de vivenciar a relação que temos com as pessoas e as comunidades onde atuamos”.

As visitantes ressaltaram o quanto foi importante compreender in loco como a equipe do Nupef trabalha e como tem construído ao longo dos anos uma relação de muito respeito, parceria e trabalho conjunto com as comunidades onde a organização atua. “Foi realmente inspirador testemunhar não apenas os resultados impressionantes dos projetos, mas também os relacionamentos genuínos e duradouros que cultivam com seus parceiros e membros da comunidade. A dedicação da organização em causar um impacto significativo é evidente e espero que os efeitos positivos do trabalho continuem a repercutir nos próximos anos. Esperamos ver o sucesso contínuo das iniciativas”, partilharam Aleah e Gulnaz.

Resiliência – O fortalecimento da resiliência nos territórios é o que une os dois projetos apoiados pela Internet Society Foundation. “Ambos os projetos olham para resiliência, cada um a seu modo. O Bolt testa novas tecnologias para que o sinal de Internet consiga ser distribuído na floresta. O Resiliência busca desenvolver infraestrutura local e saberes com núcleos comunitários que possam servir de referência em tecnologia e direitos para os movimentos com que trabalhamos - de quebradeiras de coco babaçu, quilombolas e indígenas”, explicou Oona.

(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)

Para Cabeça (Ednaldo Padilha), liderança do quilombo de Camaputiua, no Maranhão, as redes comunitárias são fundamentais para fortalecer a luta quilombola: “A rede comunitária é muito importante porque leva o fortalecimento para o território. Com a rede, começamos a ter comunicação dentro e fora do território, com os parceiros e também com a justiça e a polícia. Não adianta só a gente ter a Internet de fibra nas nossas casas, porque o alcance é muito limitado. Para a questão de segurança do território é muito mais importante ter a rede comunitária funcionando, do que eu ter um provedor de Internet na minha casa”.

Desafios – A visita também permitiu que o Nupef fortalecesse o diálogo com a ISOC Foundation sobre os desafios encontrados na realização dos projetos e as respostas que estão sendo construídas para lidar com eles. Para Troian, muitas vezes a maior potência também é um grande desafio, o que acontece com o experimento com TVWS, por exemplo. Implementada na Terra Indígena Caru, na fronteira entre Maranhão e Pará, a tecnologia permite ampliar e fortalecer a qualidade e segurança da conectividade na região, porém vários obstáculos foram enfrentados para o que a experiência pudesse se concretizar. “O fato de estarmos trazendo uma tecnologia nova para uso em comunidades no Brasil é um grande impacto, porém nos faz lidar com muitos obstáculos, como a burocracia no processo de importação dos equipamentos e fazer funcionar todo o fluxo necessário para que a tecnologia de fato funcione”, explicou o coordenador. Apesar dos desafios, o processo de implantação da TVWS tem trazido importantes conquistas: “temos visto o fortalecimento de uma rede de organizações, universidades e pessoas que estão pesquisando essa tecnologia e encontrando maneiras de aprimorá-la e de vislumbrar novas tecnologias e possibilidades”, completou Troian.

Outro desafio ressaltado por Oona em ambos os projetos é o de construir autonomia diante da precária infraestrutura de telecomunicações em regiões de baixa densidade demográfica e enormes riquezas naturais, de grande biodiversidade. “Por mais que construamos redes locais, a Internet mesmo precisa de provedores de link - e muitas obrigações de ampliação de infraestrutura não são cumpridas. Diante da inexistência de oferta ou link de baixa qualidade, boa parte da região amazônica tem se tornado extremamente dependente da Starlink”, problematizou Oona.

(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)
(Crédito: Ingrid Barros)

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