Rede instalada em aldeia indígena no ES valoriza uso comunitário da internet
2022 vem sendo um ano de muitos avanços no projeto Redes Comunitárias do Nupef. Terminamos o ano passado com 9 redes instaladas em territórios indígenas, quilombolas e de quebradeiras de coco babaçu no Maranhão. Após um período de pandemia em que as viagens ficaram mais restritas, nos últimos meses retomamos o projeto a todo vapor: são 17 redes instaladas em estados como o Maranhão e o Espírito Santo.
Interessante observar que em cada comunidade as redes podem servir para um propósito diferente. As que foram instaladas nos últimos anos em Codó (MA), por exemplo, tinham o objetivo de levar internet para uma população quilombola desconectada. Já no Espírito Santo, nas aldeias indígenas das etnias guarani e tupiniquim, que ficam próximas a uma área mais urbana, a internet já é uma realidade. Mas os caciques avaliaram que ainda havia carência de conexão em entidades comunitárias. Em Caieiras Velha, a prioridade foi instalar redes na escola de ensino fundamental, na Associação Indígena Tupiniquim Guarani (AITG) - que atende também o posto de saúde da região - e numa área de confraternização da comunidade.
"O objetivo em Aracruz foi construir um espaço de acesso coletivo, buscar um letramento digital para o uso comunitário da internet", explica Camila Camparo, produtora responsável pela logística do projeto.
Com isso em mente, a equipe do Nupef instalou um servidor portátil com o Graúna Comunitário, plataforma de conteúdos com diferentes ferramentas que pode ser acessada off-line, como a Wikipédia, nuvem online e canal com vídeos sobre saúde, agroecologia e passo a passo das redes comunitárias. E ofereceu uma oficina para estudantes e profissionais de saúde para o melhor aproveitamento do material ali disponível.
Mas, claro, o rumo da conversa vai para onde a comunidade desejar. "Por exemplo, nessa oficina a gente não aborda tanto os cuidados digitais, mas o pessoal de Caieiras perguntou muito sobre isso, então naturalmente tratamos do assunto", contou Zeilane Conceição, assistente técnica do Nupef.
Zeilane e Camila integraram a equipe do coordenador das redes comunitárias do Nupef Rodrigo Troian, que também contou com a colaboração de Renato Facin. O projeto naquela região é realizado em parceria com o ISPN.