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Primeira oficina do Projeto Territórios Resilientes e Conectados reúne jovens e lideranças no quilombo de Santa Joana (MA)

Entre os dias 30/05 e 01/06, o Nupef realizou a primeira ação de campo do Projeto Territórios Resilientes e Conectados. A atividade aconteceu no Quilombo de Santa Joana, em Itapecuru Mirim, no Maranhão, e reuniu jovens e lideranças da comunidade local e de mais seis quilombos que participam do projeto: Santiago; Tapuio; Itaperinha; Camaputiua, Custaneira e Bom Jesus.

Podemos ver as pessoas participantes da oficina de pé, posando para o registro
foto: Fabrício Serrão (Inspirar)
Na foto podemos ver o monitor Marcus implementando um roteador em um poste
foto: Bruna Hercog (Nupef)

Com apoio da Internet Society, o projeto tem como objetivo contribuir para a resiliência da Internet em comunidades que lidam com ameaças climáticas e ambientais. A iniciativa será realizada junto a comunidades quilombolas, indígenas e de quebradeiras de coco babaçu do Maranhão e do Piauí. Para a sua implementação, o projeto será realizado em parceria com a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ) e do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB).

A partir desta iniciativa, o Nupef vai atualizar e melhorar a resiliência de redes comunitárias que já foram instaladas pela organização, bem como implementar uma nova rede. Ao longo de dez meses, jovens e lideranças passarão por um processo formativo híbrido onde dialogarão sobre temas como segurança digital, tecnologias resilientes, comunicação para proteção ambiental, entre outros.

pessoas em roda participando da oficina, enquanto há uma mulher negra em pé, realizando a oficina
foto: Fabrício Serrão (Inspirar)

Formação – A primeira oficina do projeto teve como objetivo integrar os/as participantes que atuarão como bolsistas; dialogar sobre as redes comunitárias: suas funcionalidades, estruturas e formas de instalação, bem como partilhar informações técnicas que auxiliarão as demais comunidades a ampliar e/ou a instalar a sua primeira rede, como é o caso do quilombo de Santiago.

Também foi objetivo do encontro, estimular os/as participantes a pensar as melhores estratégias para fazer um uso político e consciente das redes comunitárias em seus territórios, visando a proteção da comunidade e uso resiliente da Internet para enfrentar conflitos ambientais e climáticos. Para isso, foi realizada uma oficina de Comunicação Comunitária, facilitada pela equipe da Inspirar Inovação e Comunicação.

Uma das novas bolsistas escolhidas pela comunidade de Santa Joana, Nayanne dos Santos, contou que participar da oficina trouxe muitos conhecimentos para ela e para os/as outros/as jovens da comunidade. “Eu espero cada vez mais dar o meu melhor e demonstrar o que sei fazer através da tecnologia e da comunicação também. Minhas expectativas em relação ao projeto são aprender mais sobre assuntos relevantes, aprimorar habilidades e ter a chance de desenvolver mais”, contou a jovem.

Na imagem podemos ver o monitor Francisco sorrindo
foto: Bruna Hercog (Nupef)

Para o monitor do projeto, José Francisco Campelo, também de Santa Joana, foi muito importante que a oficina tenha acontecido em sua comunidade. “Achamos bem rico os conhecimentos que foram repassados. Foi muito prazeroso viver esse momento de formação. Ficamos muito felizes também em saber que nossa comunidade tem se destacado no programa Redes Comunitárias”, comentou o jovem. Santa Joana é um dos territórios que já têm rede instalada e com o novo projeto, poderá ampliar e qualificar a estrutura.

Também monitor do projeto, Douglas Barbosa, do Quilombo Itaperinha/Tutoia (MA) reforçou a importância da oficina para a troca de aprendizagens e revelou suas expectativas com o novo projeto: “Foi muito bom encontrar os bolsistas e dar as boas-vindas aos novos companheiros e companheiras. Pude repassar as coisas que aprendi com os professores, as informações técnicas sobre os roteadores, a instalação da rede. Como tutor, espero ao longo do projeto poder passar todo o meu conhecimento. Espero que a gente possa implementar novas redes comunitárias e fortalecer esses territórios com auxílio da tecnologia para alcançarmos mais vitórias para o nosso povo preto".

Impacto - O coordenador de juventudes da CONAQ, Celso Araújo, que atua como articulador territorial no projeto, ressaltou que o projeto vai contribuir para levar, de forma segura, técnicas para instalação e uso das redes e também o ensinamento sobre a manutenção das redes já instaladas. “O projeto tem sido um caminho para a proteção dos defensores de direitos humanos nos territórios. As pessoas que integram o programa, podem se comunicar em tempo real e alertar sobre qualquer tipo de ameaça na comunidade. Tem contribuído também no engajamento dos jovens na associação”, disse Araújo.

Podemos ver no destaque do segundo plano as pessoas participando da oficina. Em primeiro plano, um computador com a logo do projeto Tiwa m destaque.
foto: Bruna Hercog (Nupef)

A quebradeira de coco babaçu e liderança do MIQCB, Maria do Rosário, partilhou sua alegria em participar da oficina em Santa Joana e reforçou a importância da iniciativa para fortalecer a luta das quebradeiras de coco babaçu no Maranhão. “Para o MIQCB, o projeto tem sido uma renovação, pois além de implementar as redes comunitárias nos territórios, tem a formação de bolsistas, jovens e lideranças mais velhas, que podem conversar juntos, no mesmo espaço. Como dizemos, no movimento das quebradeiras, quanto mais se anda, mais se aprende”. Para Dona Rosário – que também será uma das bolsistas do projeto – “o encontro em Santa Joana, foi uma realização, uma oportunidade de estar com pessoas com a mesma luta, pensando novas formas de resistir nos territórios”.

História da Internet – Durante a oficina, o grupo também teve a oportunidade de assistir em primeira mão o vídeo produzido pelo Instituto Nupef para contar a história da chegada do Internet no Brasil e da criação do primeiro provedor, fora do meio acadêmico, o AlterNex. A produção audiovisual também explica o que é o Tiwa, um exemplo de provedor de sediamento de serviços sem finalidade lucrativa voltado exclusivamente a organizações sem fins lucrativos e movimentos sociais. Com o Tiwa, o Instituto oferece recursos de infraestrutura para hospedar projetos seguros e inovadores e contribui para fortalecer estratégias de comunicação junto a populações tradicionais. Confira o vídeo!

 

 

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