Grupos religiosos e ciberespaço: pesquisa sobre usos estratégicos da internet e conteúdos recorrentes
Esta pesquisa parte da premissa de que o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, em particular da Internet, propiciou novos espaços de relações sociais e, ao mesmo tempo, uma nova arena política. Por sua vez, o crescimento da Internet (com a expansão do acesso e a intensificação da produção de conteúdo) ocorreu no momento em que líderes de grupos religiosos conservadores consolidavam-se como poderosos empresários do setor de comunicação.
Deste modo, o projeto enfocou, como um fenômeno da contemporaneidade: a presença na Internet (e em espaços de articulação sobre questões relacionadas à Internet) de grupos conservadores religiosos, especialmente aqueles autodenominados “pró-vida”; e as estratégias com as quais estes grupos ‒ que se situam em oposição ferrenha aos direitos sexuais e reprodutivos ‒ estão lançando mão da Internet para influenciar o debate público sobre os temas da cidadania e da democracia, e para interrogar o princípio do Estado laico.